Inflação continua dentro das previsões

Data: 01/12/2015
Inflação continua dentro das previsões

O Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, assegurou ontem em Maputo que apesar da actual situação de alguma instabilidade cambial e subida generalizada dos preços a inflação poderá manter-se dentro da meta de cinco por cento fixado pelo Governo até ao final do ano.

Falando a jornalista durante uma conferência de imprensa, Maleiane garantiu que, na óptica do seu ministério, o Programa do Governo está a ser implementado conforme foi apresentado no Plano Económico Social (PES) e Orçamento do Estado para 2015.

Algumas adaptações estão a ser feitas em função dos choques que o país está a enfrentar face à aproximação do período da quadra festiva. Nesta óptica, os bancos comerciais e o Banco Central estão a trabalhar no sentido de garantir que não haja problemas de abastecimento em produtos de primeira necessidade.

“Enquanto trabalhamos para o futuro, neste período, que vai até ao natal e fim do ano, as coisas não podem piorar por causa do choque que, sendo internacional, os seu reflexos são muito mais gravosos para nós, que, infelizmente, continuamos a ser uma economia que importa mais do que exporta e consome mais do que está a produzir”, Referiu Maleiane.

Alertou que se o país não inverter este quadro poderá, constantemente, ser receptor daquilo que acontece noutros países, observando que a taxa de câmbio é neste momento um problema global que também afecta países desenvolvidos e com maior capacidade de mobilização de reservas.

Explicando ainda as razões do seu optimismo nos indicadores de inflação, Maleiane sublinhou que os últimos dados indicam que em Outubro a variação média dos preços foi de 2.4 por cento, um valor relativamente superior ao que vinha se verificando noutros meses, contudo, há que compreender que o mesmo continua com alguma margem para até cinco por cento fixados para o final de 2015.

Instado a pronunciar-se a cerca do recurso ao empréstimo do Fundo Monetário Internacional, cuja aprovação pelo Conselho de Administração desta instituição multilateral poderá acontecer dentro de dias, Maleiane explicou que este resulta de uma apreciação feita pelo próprio FMI juntamente com o Governo moçambicano sobre os indicadores macroeconómicos do país, em especial o PIB e a variação cambial.

Segundo o governante, o FMI entende que Moçambique poderá não alcançar o crescimento do PIB, inicialmente, projectado em 7,3 por cento e mais tarde revisto em baixa para 7 por cento. Para a instituição multilateral, o país poderá crescer apenas em redor dos 6.3 por cento.

“A tarefa do FMI é apoiar o Estado membro a alinhar a taxa de câmbio e no caso concreto viu-se que Moçambique tinha uma depreciação do metical na ordem de 40 por cento, daí que aconselhou o país a recorrer aos vários instrumentos disponíveis para fazer face a esta depreciação e foi assim que será concedido 286 milhões de dólares para fazer face à instabilidade cambial”, sustentou.

A fonte garantiu que o acesso a este financiamento é um processo natural e sem muitas pré-condições de ajustamento estrutural habitualmente impostos aos receptores da ajuda do FMI. Admitiu, no entanto, ser óbvio que a concessão do valor seja acompanhada de uma verificação clara sobre como será usado e o cumprimento de outras contrapartidas previstas no programa da instituição financeira multilateral.