Consumimos mais do que produzimos

Data: 19/10/2015
Consumimos mais do que produzimos

O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse semana passada que, brevemente, vai-se dirigir à Nação para explicar à sociedade o que está a acontecer com a derrapagem do metical, facto que está a afectar o poder de compra do cidadão, em particular, e a economia nacional, em geral.

O Chefe do Estado fez esta promessa no decurso do encontro que manteve na última quinta-feira com a direcção da Organização Nacional dos Professores (ONP), quando comentava parte das exigências desta classe, relacionadas com o aumento salarial e outras condições.

“Não estamos a falar somente dos problemas dos professores que reclamam dos baixos salários e melhores condições de vida, mas também de outras classes como dos enfermeiros, médicos e funcionários de diferentes áreas. Portanto, dentro em breve vou-me dirigir à sociedade para explicar o que está a acontecer com a nossa economia. Isso vai acontecer durante este mês. Vamos explicar à sociedade, ao pormenor, o que está a acontecer no nosso país em termos financeiros. Explicaremos o que está a acontecer com o metical”, disse o Chefe do Estado.

Filipe Nyusi acrescentou que o país não está a produzir e está a consumir acima da média, ou seja, a consumir acima do que produz. Este é, na óptica do Presidente, um dos factores que afecta os moçambicanos nos dias de hoje.

“Isso é como acontece na nossa própria casa. Quando temos um terreno para produzir milho durante todo o ano e só conseguimos fazê-lo para três meses, podem imaginar os restantes nove meses como serão. Neste momento não estamos a ter a capacidade de produzir para as nossas necessidades. Não estamos a ter a capacidade de produzir o suficiente e políticas são necessárias para inverter o cenário”, apontou.

Na conversa que manteve com os professores, o Presidente disse que conta com este segmento da sociedade, na qualidade de académicos, no sentido de se envolverem em processos explicativos junto da sociedade sobre o que está a acontecer, e incentivar para que haja mais produção de modo a resolverem-se muitos problemas do povo.

Aliás, é sobre a solução de problemas que Nyusi defendeu que sejam resolvidas as queixas que vêm sendo apresentadas pelos professores, de modo a evitar-se que elas se tornem redundantes e sem solução aparente. Acrescentou que não se pode continuar a ouvir queixas e reclamações dos professores sem dar nenhuma satisfação concreta, dirigida e orientada para a sua solução.