Deixem a política para os políticos

Data: 24/09/2015
 Deixem a política para os políticos

O PRESIDENTE Filipe Nyusi exortou ontem às Forças de Defesa e Segurança (FDS) a não se imiscuírem na política e continuarem a manter-se coesos, firmes e fiéis à Constituição.

O Chefe do Estado falava na cerimónia de patenteamento de oficiais generais e superiores de diversos ramos das Forças Armadas e de saudação ao Comandante-em-Chefe por ocasião do 25 de Setembro, Dia das FADM.

“Deixem a política para os políticos”, disse Filipe Nyusi, enaltecendo o exemplo de reconciliação dos oficiais generais e superiores das Forças Armadas que num passado recente da história do país se confrontaram uns contra os outros, mas que hoje perfilam em saudação a um único Comandante-em-Chefe e renovam o juramento de lealdade e de respeito à Constituição da República.

“Queremos saudar e enaltecer esta grande demonstração de reconciliação entre os moçambicanos. Esta é uma grande lição de coesão e unidade nacional, é uma lição de profissionalismo”, afirmou.

Expressando carinho nostálgico do tempo em que era ministro da Defesa Nacional, Filipe Nyusi exortou as Forças Armadas a prosseguirem, na mesma senda de profunda dedicação à pátria, rigor absoluto e persistência no cumprimento dos seus deveres, sempre na estrita observância dos mais altos valores da ética e da moral militar, incrementando a educação cívico-patriótica a todos os níveis e em todos os escalões de comando e direcção das tropas.

Disse que as FADM devem continuar a ser a escola de cidadania de excelência, onde os valores mais nobres da nação moçambicana, nomeadamente a indivisibilidade do povo, a independência, soberania e o patriotismo são incutidos com zelo, dedicação, disciplina e obediência.

“As nossas Forças Armadas devem continuar a ser o símbolo de coesão nacional e patriotismo, por aglutinarem no seu seio moçambicanos na sua plena diversidade. Devem ser igualmente um factor dissuasor contra quaisquer iniciativas obscuras, de indivíduos ou grupos que procurem criar pânico e medo no seio das populações através de ameaças de guerra”, apelou o Presidente da República, sublinhando que tais ameaças visam pôr em causa a estabilidade socio-económica e a unidade nacional dos moçambicanos, desviando-os da luta contra o seu principal inimigo: a pobreza.

Afirmou que, ao se festejar o 25 de Setembro, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique devem ter sempre presente a sua responsabilidade de garantir que os moçambicanos vivam em paz, não sejam intimidados e durmam e acordem com sonhos de um futuro promissor. Filipe Nyusi garantiu que o Governo continuará empenhado na busca da paz efectiva, privilegiando sempre o diálogo, no âmbito das instituições democráticas de que o país dispõe e de outros espaços disponíveis.

Foram patenteados na ocasião seis oficiais generais, nomeadamente o contra-almirante Joaquim Mangrasse, o comandante da Casa Militar, brigadeiro Eugénio Roque, do Estado-Maior da Casa Militar, comodoro Eugénio Muatua, do Estado-Maior do ramo da Marinha de Guerra de Moçambique, brigadeiro Elias Macacho Marceta Dhlakama (irmão mais novo do líder da Renamo), brigadeiro Cândido Tirano, inspector do ramo da Força Aérea de Moçambique, e o brigadeiro António Maurice, director nacional de Informações de Defesa no MDN.

Ainda ontem o Presidente da República dirigiu a cerimónia de atribuição de insígnias a cidadãos condecorados. Trata-se de Janet Mondlane, Bonifácio Gruveta (a título póstumo) e Daniel Polela (a título póstumo), agraciados com a Ordem Eduardo Mondlane do Primeiro Grau, e de Joaquim Chissano e Mariano Matsinha, galardoados com a Ordem Samora Machel do Primeiro Grau.

Foram ainda agraciados José Soares Alcolete e Lourenço Cumbe, com a Ordem Militar 25 de Setembro do Primeiro Grau, Francisco Madeira, com a Ordem 4 de Outubro do Primeiro Grau, Maria Nogueira da Costa (a título póstumo) com a medalha de Mérito Académico, e Mia Couto, com a medalha de Mérito em Artes e Letras.

Dirigindo-se aos galardoados, o Chefe do Estado disse que com aquele acto honra-se aos que se distinguiram no processo da conquista da liberdade, na construção e defesa do Estado. Acrescentou que com o gesto o Estado pretende estimular e promover valores de patriotismo, de amor ao próximo, de cultura de trabalho, criatividade, espírito de entrega, da tolerância e de reconciliação, bem como injectar nas novas gerações a virtude de bravura e de fidelidade para com a Pátria-mãe.