Governo estuda pedidos de vinte autarquias locais
O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, revelou ontem, no Parlamento, que o Governo está a avaliar as capacidades técnicas, humanas financeiras e organizacionais de dezanove autarquias locais que manifestaram interesse de gerir os serviços primários de educação e saúde.
Falando no acto de encerramento da sessão de Perguntas ao Governo, que decorreu nos últimos dois dias na sede da Assembleia da República, em Maputo, Do Rosário disse, respondendo a uma pergunta colocada pela bancada do MDM, sobre a transferência dessa gestão nos municípios da Beira, Quelimane e Nampula, que esta acção só deve ter lugar quando estiverem garantidas as capacidades técnicas e organizacionais para assumir a gestão dessas funções, principalmente de recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis na autarquia.
“É neste âmbito da avaliação da existência das capacidades técnicas, humanas, financeiras e organizacionais que está em curso a análise dos processos relativos à manifestação de interesse para a transferência da gestão dos serviços primários de educação e saúde, não só dos municípios da Beira, Quelimane e Nampula, mas também de outras autarquias, tais como Matola, Xai-Xai, Inhambane, Dondo, Marromeu, Chimoio, Gorongosa, Maxixe, Massinga, Vilankulo, Gondola, Manica, Catandica, Pemba, Lichinga e Cuamba”, explicou o Primeiro-ministro.
Segundo o governante, a transferência de funções dos órgãos do Estado para as autarquias locais é um mecanismo de concretização da descentralização administrativa e da autonomia do poder local que, entretanto e de acordo com a legislação em vigor, deve ocorrer gradualmente.
De acordo com o Primeiro-ministro, o Governo continuará a trabalhar no sentido de edificar uma Administração Pública baseada no mérito, eficiência e profissionalismo para que as instituições e os agentes públicos respeitem os princípios da legalidade, transparência e imparcialidade, servindo cada vez melhor o cidadão, seja qual for a sua cor partidária.
Num outro desenvolvimento da sua intervenção, Carlos Agostinho do Rosário recuperou a posição do Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, que instruiu as Forças de Defesa e Segurança para a ponderação do processo de desarmamento compulsivo para uma actuação mais moderada, de forma a dar espaço ao processo de diálogo, visando o alcance da paz efectiva no país.
“Esperamos que este sinal do Presidente da República, para dar espaço ao diálogo, seja correspondido por todos os actores políticos e sociais no nosso país e que seja acompanhado por um processo de entrega voluntária de armas que estejam em mãos ilegítimas”, sublinhou Do Rosário.
Na oportunidade, apelou a todas as forças vivas da sociedade, nomeadamente, as famílias, as confissões religiosas, as lideranças comunitárias, a academia, as organizações socio-profissionais e outras formas organizadas de cidadãos para que, de forma permanente, se empenhem na construção da paz e estabilidade do país, condição fundamental para a atracção de investimento e desenvolvimento sustentável e capitalizar as imensas potencialidades e vantagens comparativas que o país possui.
“O Governo reitera o seu compromisso de continuar a prestar uma atenção especial às províncias mais afectadas pela seca, reforçando a implementação de várias acções de mitigação dos seus efeitos, nomeadamente, o fomento de culturas tolerantes à seca e a abertura de mais furos de água multiuso para assegurar a disponibilidade deste precioso líquido para o consumo humano e beberamento do gado, evitando, deste modo, vítimas humanas”, disse.
Segundo o Primeiro-ministro, o Executivo sempre encarou a juventude como um segmento importante da sociedade, garante da edificação da nação moçambicana e força motriz na criação da riqueza rumo ao desenvolvimento do país, daí que esta camada social constitui o centro das atenções da sua acção governativa.
“Reconhecendo as aspirações e desafios da nossa juventude, o Governo continuará a apostar na consolidação de acções que privilegiem o acesso dos jovens ao auto-emprego, emprego digno e habitação condigna”, sublinhou o coordenador do Conselho de Ministros.