PR quer ver mandantes presos
O Presidente da República e Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Nyusi, instruiu ontem a Polícia da República de Moçambique (PRM) a identificar e prender os mandantes dos raptos e tráfico de cidadãos com problemas de albinismo.
Falando ontem na Escola Prática da Polícia, em Matalane, província de Maputo, onde orientou a cerimónia de graduação do 35.º Curso da Polícia de Protecção, do 12.º da Polícia de Fronteira e do quarto dos instrutores de treinos da Polícia, o Chefe do Estado desafiou a PRM a trabalhar no sentido de aperfeiçoar os seus métodos de trabalho de modo a encontrar os mandantes desses crimes.
“Nos dias que correm a nossa sociedade tem sido confrontada com fenómenos criminais atípicos de raptos e assassinato de pessoas com problemas de pigmentação da pele. O crime organizado também tem vindo a sofisticar-se, perturbando a paz social e exigindo das autoridades policiais uma acção mais eficaz e concertada. Também é verdade que a nossa Polícia tem conseguido esclarecer grande parte desses crimes encontrando os executantes, o que não tem sido correspondido com a responsabilização dos seus mandantes. Queremos que a Polícia não só prenda os executores, mas, sobretudo, os mandantes” - indicou Filipe Nyusi.
Na sua intervenção, o Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa e Segurança explicou que o combate ao crime não é tarefa exclusiva da Polícia. Cabe às autoridades, segundo ele, celebrar um contrato com o povo a quem servem no sentido de colaborar mais no combate a este fenómeno.
“É necessário que todos cidadãos compreendam esta realidade e de forma voluntária colaborem na garantia da paz como elemento dissuasório da criminalidade” - disse.
Entretanto, olhando para aquilo que tem sido o papel da Escola Prática da Polícia, o Presidente observou que quando se realizaram os primeiros cursos estava-se certo do percurso que se pretendia fazer na formação dos quadros da corporação.
“Hoje, passadas quase quatro décadas, podemos afirmar que a nossa escola tem crescido de qualidade da formação policial. Constatamos que a cada ano temos vindo a adoptar a formação introduzindo novos conteúdos. Temos estado a dotar os nossos quadros de conhecimentos que lhes permitam enfrentar os novos fenómenos criminais e os desafios da manutenção da paz e da globalização. A formação policial além de oferecer ferramenta profissional deve ser cívico-patriótica” - sublinhou.
Dirigindo-se especialmente aos graduados, Nyusi alertou-os que a farda que passam a envergar representa a PRM e, em consequência, o Estado moçambicano. Explicou que quando um polícia actua age em nome do Estado. “As suas acções positivas ou não influenciam o cidadão nacional ou estrangeiro na avaliação ao Estado. Quando um polícia manda parar um cidadão e educadamente pede identificação pessoal ou da viatura é o Estado que exige. Quando a Polícia usa força indevidamente ou desproporcional também é o Estado que actua. O mesmo acontece quando pede um refresco, um mata-bicho ou leite para criança ou ainda quando ajudamos um idoso a atravessar a estrada, estes actos reflectem-se naquilo que é a imagem do Estado. Por isso a vossa atitude afecta positiva e negativamente a nossa imagem como nação. Afecta o desempenho do vosso comando, do vosso Estado. Portanto, no cumprimento da vossa missão lembrem-se sempre do nome do povo e do Estado moçambicano que devem respeitar e honrar” - chamou atenção o estadista.
No entanto, o Ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, disse que os agentes ora graduados vão imediatamente integrar as acções de segurança esboçadas para a quadra festiva. Segundo ele, o grupo constitui um reforço importante para que os cidadãos passem na maior segurança e tranquilidade as festas do Natal e do Fim do Ano.
Por sua vez o comandante da escola, Feliciano Chongo, explicou que o curso teve um aproveitamento de 99,8 por cento, onde sete graduados tiveram média final igual ou superior a 15 valores. Sublinhou que a aprendizagem esteve virada para questões policiais, militares, judiciais, direitos humanos, socorro às vítimas de violência, entre outras matérias.